Um cantinho muito especial

Um cantinho muito especial

Seguindo pela rua Eduardo Guinle, passando pela praça Radial Sul à direita e caminhando um pouquinho mais, chegamos ao Instituto Véras, um centro de reabilitação neurológica que existe no bairro há mais de 58 anos. A instituição atende cerca de 70 pessoas, em sua maioria crianças, mas também jovens e adultos em seu Programa de Organização Neurológica, que abrange as áreas motora, fisiológica, sensorial e de inteligência.

Fomos recebidos pela simpática Fátima Massa, da administração, que interrompe seus muitos afazeres para nos mostrar o centro. Começamos pelo ginásio, onde os alunos ensaiavam, com mães e funcionários, as danças para o “arraiá” do instituto, que aconteceu no último dia 8. Todos com aquele brilho de felicidade no olhar.

Fátima explicou que ninguém ali é tratado como coitadinho: “Não temos pena e fazemos questão de manter a disciplina, que é parte importante do processo”. O cheirinho que vinha da cozinha era convidativo. Já havia uma turminha almoçando com gosto. A administradora nos disse que estão precisando de voluntários para ajudante de cozinha e outras funções. Como o Instituto Véras é uma entidade filantrópica, sem fins lucrativos, depende de doações e de trabalhos voluntários para manter-se em funcionamento.

Ao caminhar pelo instituto, a gente percebeu que as instalações são simples, mas muito bem cuidadas. Coisa de quem tem capricho e amor pelo que faz. As salas de aula são bem iluminadas e alegres. Só não tiramos fotos porque a orientação é preservar as crianças.

A galera da administração se juntou para uma foto no final da visita, mas não conhecemos Conceição Véras, coordenadora pedagógica do instituto, que estava ministrando palestras em Portugal. Dias depois, ela nos contou que “cerca de 280 famílias são atendidas pelo Instituto Véras, incluindo as de outros estados e países”. Ela se refere sempre às “famílias”, porque elas são fundamentais para o sucesso do programa. “Temos um curso de orientação aos pais, com duração de uma semana, que se chama O poder dos pais no tratamento de seu filho. Sem a família, as chances de desenvolvimento satisfatório são nulas”, defende Conceição.

O Instituto Véras possui inscritos com síndrome de Down, síndrome de West, síndrome de Asperger, autistas, epilépticos, disléxicos, com lesões cerebrais e portadores de outros distúrbios de natureza neurológica. Todos passaram por avaliação antes de serem incluídos no programa.

A gente sabe que é importante a sociedade aprender a conviver, normalmente, com portadores de distúrbios neurológicos. Mas sempre é possível fazer um pouco mais do que isso. “Temos 23 colaboradores de diferentes áreas de formação como fonoaudiologia, psicomotricidade, psicologia, pedagogia, terapia ocupacional, fisioterapia, assistência social, professoras especializadas e auxiliares de reabilitação. Todos esses serviços, oferecidos gratuitamente, têm um custo elevado. Nós dependemos de doações de particulares e de empresas, além do trabalho de voluntários, para proporcionar o melhor atendimento”, explica Conceição Véras.

Quem quiser colaborar com o Instituto Véras pode se informar pelo site ou pelos telefones 2286-1910 e 2535-6755.

Ruth Oliveira, Vivian Leite de Lima, Tânia Maranhão (atrás), Fátima Massa e Nilton Pacheco.

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