O que os santos Inácio, Marta e Clemente têm em comum
Antes de mais nada: Dona Marta é o nome do morro. Ele foi nomeado, por volta de 1680, em homenagem a Marta Figueira de Matos, mãe do padre Clemente Martins de Matos, que comprou as terras da região.
Já a comunidade chama-se Santa Marta por causa de uma devota que, no início do século XX, levou uma estátua da santa para o alto do morro, onde, em 1930, foi construída uma capela. Mas a comunidade, que era chamada de “Favela Dona Marta”, só ganhou o nome de “Santa Marta” em 1980, por decisão de seus moradores.
Como um diretor do Colégio Santo Inácio fundou a Comunidade Santa Marta
Em 1901, a velha ordem jesuítica de Santo Inácio de Loyola refundou o Colégio Santo Inácio, que antes ficava no alto do Morro do Castelo, no Centro. No primeiro ano, funcionou em uma casa na rua Senador Vergueiro. Em 1903, os jesuítas alugaram — e depois compraram — a casa 226 da rua São Clemente.
A partir de 1908, sob a direção do Padre José Maria Natuzzi, o Colégio Santo Inácio foi ampliando suas instalações com a aquisição de chácaras vizinhas. Em 1915, foi inaugurada a nova capela. A Primeira Guerra Mundial interrompeu as obras do colégio, que só foram retomadas em 1924.
O Padre Natuzzi permitia que os operários da obra e suas famílias estabelecessem moradia no Morro Dona Marta, em terras pertencentes ao colégio. Em 1929, com a queda dos preços do café no mercado mundial, muitos agricultores pobres do Vale do Paraíba migraram para o Rio. Padre Natuzzi acolheu muitos deles, encaminhando-os também para as terras do colégio no Dona Marta. Enquanto isso, as obras da escola e da capela se intensificavam. Em 1931, foi inaugurado o novo altar de Santo Inácio, e, em 1939, a ala esquerda do colégio.
Foi assim, graças ao Padre Natuzzi, que surgiu a comunidade Santa Marta do Morro Dona Marta.
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