Igreja de Botafogo pode virar local de peregrinação

Igreja de Botafogo pode virar local de peregrinação

No próximo domingo tem Botafogo Vivo, uma série de atividades culturais gratuitas para todas as idades na praça Chaim Weizmann e na Biblioteca Machado de Assis. O evento foi organizado e produzido pela “Rede Botafogo Cultura Solidária”, recém-criado grupo de empresas, instituições e produtores de cultura do bairro.

Quem quiser pode aproveitar para visitar, antes ou depois do evento, a bela Basílica da Imaculada Conceição, que fica a poucos metros dali, na Praia de Botafogo 266. Ela foi construída para ser capela do colégio de mesmo nome, inaugurado em 1854, a pedido do Imperador D. Pedro II. Até então, meninas da alta sociedade brasileira só conseguiam educação de qualidade no exterior.  Assim, em 1854, 11 religiosas da ordem de São Vicente de Paulo, a maioria delas vinda da França, inauguraram a escola, primeiramente na rua do Livramento e depois na Praia de Botafogo, onde permanece até hoje.

A pedra fundamental da igreja só foi lançada em 1886, mas seu projeto já havia sido idealizado quase vinte anos antes pelo Padre Júlio Clavelin, conhecido por difundir o estilo neogótico no Brasil. A fachada tem pináculos de inspiração gótica, com destaque para a imagem do Sagrado Coração de Jesus.  Na entrada, há águia anjos tocheiros, obras do escultor Brunet que foram trazidas da França. Também vieram de lá os vitrais que ornamentam a nave e a capela-mor. Eles foram confeccionados pelo especialista Lucien Bégule (1848-1935), que tinha seu ateliê na cidade de Lyon. Logo após a entrada, há um biombo decorado por vitrais feitos por Gastão Formenti (1894-1974), pintor, desenhista, mosaicista e cantor brasileiro. A nave central da igreja possui, em seu teto, dezenas de ogivas sustentadas por colunas de mármore rosa. Há também trinta e dois belos vitrais que retratam passagens dos Evangelhos.

Túmulo de Odetinha

Túmulo de Odetinha

Desde 2013, a Basílica da Imaculada Conceição abriga os restos mortais da pequena Odette Vidal de Oliveira, mais conhecida como Odetinha, que morreu em 15 de novembro de 1939, aos nove anos, vítima de meningite.

Nascida em Madureira, Odette é considerada santa por inúmeros fiéis que a ela atribuem diversos milagres.  Dona de uma fé inabalável, a menina rezava o terço diariamente e ia à missa desde muito pequena, além de dedicar seus dias à caridade. Seu exemplo inspira os católicos pelo testemunho de simplicidade e humildade. Odette está em processo de beatificação junto ao Vaticano e pode se tornar a primeira santa carioca. E, a exemplo do que ocorria quando os restos mortais de Odetinha estavam enterrados no Cemitério São João Batista, a Igreja da Imaculada Conceição pode virar local de peregrinação de católicos.

Independentemente de qualquer fé, vale visitar a Igreja da Imaculada Conceição por sua beleza arquitetônica e seu valor histórico.

Antonio Augusto Brito