De “Quarto de despejo” a espaço especial em biblioteca

De “Quarto de despejo” a espaço especial em biblioteca

“Não digam que fui rebotalho, que vivi à margem da vida. Digam que eu procurava trabalho, mas fui sempre preterida. Digam ao povo brasileiro que meu sonho era ser escritora, mas eu não tinha dinheiro para pagar uma editora.”

Lúcia Helena, gerente da biblioteca

Esses versos são da escritora Carolina Maria de Jesus, que batiza o espaço dedicado à literatura afro-brasileira na Biblioteca Pública Machado de Assis. A homenagem foi feita pela instituição municipal e pela Associação de Amigos da Biblioteca Botafogo.

Lúcia Helena Santos Araújo, gerente da biblioteca, nos recebeu com cafezinho, lanche e sorriso. Foi ela que apresentou os convidados especiais: a atriz Fernanda Dias – intérprete de Carolina na peça “Salve ela! Carolina Maria de Jesus em cena”, que se despediu do Teatro Dulcina agora em maio –; a cantora Scheyla Borges – que apresentou o show “Carolina, uma voz soberana”, no Quintal do Carambola, em Santa Teresa –; a presidente e o conselheiro da associação – Ruth Souza Santos e Fernando Portal –; Márcio Christ – gerente de relações institucionais das Faculdades Hélio Alonso –; e outros frequentadores da casa, como a jornalista Tatyana Prazeres.

Scheyla Borges

Foi Tatyana, bisneta de Heitor dos Prazeres, que leu trechos do livro “Quarto de despejo”, clássico de Carolina Maria de Jesus, traduzido em 13 idiomas. Enquanto Sheyla cantou versos da escritora transformados em música, e Fernanda falou da importância de Carolina.

Jornalista Tatyana Prazeres

Lúcia Helena contou que a escolha do nome do espaço literário foi por votação popular. O nome de Carolina Maria de Jesus venceu os de expoentes negros mais famosos: o escritor Lima Barreto e o poeta simbolista Cruz e Sousa.

Um pouco da mulher que foi muito

Pobre, negra, a mineira Carolina Maria de Jesus morou na Favela do Canindé, em São Paulo. Tinha pouco estudo, mas era plena de sabedoria. Forte e engajada, sua obra apresenta reflexões profundas sobre a realidade do pobre, questões sociais e políticas, e a motivação para escrever em busca de um mundo mais justo. Talvez por isso sua escolha tenha sido tão oportuna.

Serviço:

Biblioteca Pública Machado de Assis

Rua Farani 53 (Praça Chaim Weizmann)

Telefone: 2551-6911

Funcionamento: de 2ª a 6ª feira, das 9h às 17h;

1º e 4º sábados de cada mês, das 10h às 16h.

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