Botafogo visto com bons olhos – os 50 anos do IBOL
A história de um professor visionário que criou o Instituto Brasileiro de Oftalmologia (IBOL), em 1970, e de quatro de seus antigos residentes, que, após a morte do mestre, em 1985, resolveram empreender e assumir a sociedade. Sobrevivendo a todas as crises, eles transformaram o IBOL numa empresa familiar sólida, referência em oftalmologia no país. Em 2001, os quatro sócios realizaram o velho sonho de seu mentor e inauguraram um hospital oftalmológico, na Praia de Botafogo.
No início da década de 1970, o professor Luiz Eurico Ferreira já era um médico de renome. Cirurgião habilidoso, ele foi responsável pela introdução, no Brasil, do laser de rubi, da betaterapia, além de técnicas de cirurgia combinada de catarata e glaucoma. De espírito dinâmico e empreendedor, Luiz Eurico fundou o Instituto Brasileiro de Oftalmologia (IBOL), inovando também nos negócios: a empresa foi a primeira clínica do Brasil a realizar exames oftalmológicos complementares para outras clínicas. O médico dividia o tempo entre a clínica e as aulas na Escola Médica do Rio de Janeiro, na extinta Universidade Gama Filho, onde foi professor titular de Oftalmologia por 20 anos, chegando a chefe do Serviço de Oftalmologia e diretor do Hospital Universitário.
Foi lá que Luiz Eurico recrutou Oswaldo Moura Brasil do Amaral Filho, Paulo Fukuji Nakamura e Celso Klejnberg para a residência médica no IBOL. Hugo Ribeiro Soares Maia, vindo da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO), completou o quarteto que assumiu o comando da empresa após a morte do professor.
Hospital em Botafogo
Enfrentando todos os planos econômicos das décadas de 1980 e 1990, que arruinaram muitas empresas, o IBOL cresceu em meio às crises, aliando visão estratégica a uma boa dose de ousadia. Movidos por esse espírito, os sócios contraíram um empréstimo para adquirir um terreno na rua Real Grandeza, em frente à empresa Furnas, para lá construírem a sede do IBOL. Após quitarem o empréstimo, surgiu a oportunidade de uma permuta por um terreno melhor, na Praia de Botafogo 206, onde antes havia um pensionato. Deram o terreno da Real Grandeza como entrada e completaram a diferença por meio de um novo empréstimo. Em 1997, começaram as obras, e, três anos depois, foi inaugurada a sede: um hospital oftalmológico completo, com clínicas, instalações ambulatoriais, emergência médica, centro cirúrgico, centro de estudos e biblioteca científica – um projeto ainda melhor do que aquilo que o fundador havia vislumbrado.
Na sede, os quatro sócios dividem as atribuições: Oswaldo é diretor técnico e chefe do setor de Retina e Vítreo; Hugo atua no segmento posterior dos olhos – retina, clínica e mácula; Paulo é diretor técnico da equipe especializada do Sistema Nacional de Transplantes e atende no segmento anterior dos olhos – catarata, glaucoma e córnea; e Celso cuida dos setores de Ecografia, Cirurgias Refrativas e Catarata.
Visão de futuro
Enquanto, nos últimos anos, a saúde privada vem se caracterizando pelo modelo concentrador em grandes conglomerados de saúde, o IBOL prefere apostar na empresa familiar, em que o profissional tem rosto e sobrenome, e já prepara a sucessão. Um comitê técnico formado por Oswaldo Ferreira Moura Brasil, André Soares Maia, Bernardo Nakamura e Tatiana Klejnberg, filhos dos quatro sócios, presta assessoria nas decisões estratégicas da empresa, além de cuidar da gestão das unidades de Botafogo, Barra da Tijuca, Copacabana, Vila da Penha, Cachambi e Madureira.
Para garantir o futuro, o IBOL investe na expansão e na qualidade. Os médicos da sede e das cinco filiais reúnem-se uma vez por mês, no centro de estudos do IBOL, para debater e estudar casos clínicos. A empresa, que já possui selo da Organização Nacional de Acreditação (ONA) nível Pleno 2, deve migrar, até o final do ano, para o selo europeu ACSA – Agencia de Calidad Sanitaria de Andalucía, inédito para empresas do Rio de Janeiro.
Foi assim, com olhos voltados para o futuro, que o IBOL sempre transformou crise em oportunidade.
Instituto Catarata Infantil
O IBOL é patrono do Instituto Catarata Infantil, uma instituição para tratamento gratuito de catarata congênita em crianças carentes entre zero e três anos de idade. Desde 2004, já foram realizados 4.605 procedimentos – 1.025, entre sedações e cirurgias, no centro cirúrgico e 3.550 consultas. Atualmente, o IBOL trata gratuitamente 200 crianças.