Cortes na saúde

Cortes na saúde

Clínicas da família de Botafogo continuam, mas oferta de serviços deve ser reduzida

Estudo da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, conduzido pela Casa Civil, prevê redução nas equipes de atenção primária à Saúde para ajustar as despesas do setor ao corte de 12% no orçamento do próximo ano. As três unidades de atenção primária de Botafogo – Centro Municipal da Saúde Rocha Maia, Clínica da Família Santa Marta e Centro Municipal da Saúde Dom Helder Câmara – vão continuar funcionando, mas o serviço deve ser afetado. Essas unidades atendem cerca de 24.500 usuários ou quase 30% dos moradores do bairro.

O Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) 2019, encaminhado pela prefeitura para votação na Câmara Municipal, prevê um corte de R$ 730 milhões na área da saúde, dos quais cerca de R$ 400 milhões devem sair das clínicas da saúde. A prefeitura alega que vai remanejar equipes para atender as clínicas de família das áreas de menor índice de desenvolvimento humano (IDH), de acordo com estudo encomendado ao Instituto Pereira Passos, e vai investir o que economizar na rede de hospitais da Prefeitura.

Especialistas do Centro de Estudos em Gestão de Serviços de Saúde (CESS) do Coppead/UFRJ criticaram a medida, pois, segundo eles, o papel das clínicas de família é diminuir a procura por hospitais, por meio da oferta de serviços de prevenção, promoção da saúde e diagnóstico precoce de doenças. Para eles, transferir a verba das clínicas para os hospitais não é solução e só deve agravar o problema.

A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) afirma que não haverá redução de serviços à população. O estudo conduzido pela Casa Civil visa à reorganização dos recursos orçamentários.

Saúde em Botafogo

Ainda segundo a SMS, nenhuma unidade em Botafogo será fechada. O que está em estudo é a racionalização da aplicação de recursos na área de saúde, na atenção básica (Estratégia Saúde da Família), com objetivo de melhorar os resultados no atendimento à população, o que pode significar – no caso de Botafogo – uma redução no número de equipes. Os moradores do bairro continuarão recebendo o atendimento nas unidades, que vão manter os serviços de assistência médica; ações de promoção da saúde e prevenção de doenças; cuidados com doenças crônicas, como hipertensão e diabetes; puericultura; saúde da mulher e do idoso; e apoio de algumas especialidades, como saúde mental. Certos procedimentos – como vacinação, testagem rápida de HIV e atendimento a pequenas urgências – também continuarão sendo oferecidos em todas as unidades de atenção primária, inclusive para usuários que não forem cobertos pelas respectivas unidades. Com a redução das equipes, deverão ser interrompidas as visitas de acompanhamento dos agentes de saúde aos pacientes em suas residências.

#clínicadafamília

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