Triângulos machadianos
Camilo e Ritinha eram amantes fazia muito tempo? Capitu, afinal, cedeu aos assédios de Escobar? Quem era mesmo o tal casal Palha, hein? Teve ou não Rubião um affair com Sofia? Bentinho, enfim, fora traído? Perguntas, caro leitor. Vá, e coteje com os originais! O que se pode responder, no calor da hora, é que todos esses personagens aqui arrolados (sem ou com trocadilhos!) já circulavam “lá pros lados de Botafogo”.
Rita, por exemplo, após ir ter com uma cartomante – interessada em saber se o marido descobrira ou não suas fugidinhas –, encontra-se com o amante para contar-lhe o ocorrido. E o narrador, nessa passagem, nos entrega de bandeja o local do tal ninho do amor: “A casa do encontro era na antiga rua dos Barbonos, onde morava uma comprovinciana de Rita. Esta desceu pela rua das Mangueiras, na direção de Botafogo, onde residia …”.
Vá, ragazza innamorata!
Embora Dom Casmurro – um chato de galocha – tenha optado por viver, casmurrentamente, em sua chácara do Engenho Novo, longe das rutilâncias do emergente bairro (e, para além da falsa dissimulação da mocinha, das indecisões do rapazola e do impactante desaparecimento do melhor amigo do casal nas águas do mar do Flamengo), lembremos: o bairro de Botafogo era o limite dos nouveaux riches da trama de Bento e Capitolina.
Já Sofia e Cristiano – alpinistas sociais – galgam de Barbacena para Santa Teresa, de Santa para o Flamengo e dali para a mansão em Botafogo, onde foram viver, suntuosamente, na aba do ‘amigo’ Rubião – depois deste enlouquecer.
Ah!, diz que o baile de inauguração dos salões do casal Palha no bairro “… foi o mais célebre do tempo …”.
Vá, e coteje com os originais!