Refugiados encontram abrigo em Botafogo
Igreja de São João Batista acolhe refugiados de vários países
Quarenta refugiados de várias partes do mundo moram hoje no terreno da Paróquia de São João Batista da Lagoa, em Botafogo. Por iniciativa do padre Alex Coelho Sampaio, foi criada a Casa dos Refugiados, que recebe pessoas que fugiram de seus países de origem por causa de guerras, perseguições políticas, étnicas ou religiosas. Elas são encaminhadas à igreja pela Cáritas Arquidiocesana, instituição da igreja católica responsável pelo Programa de Atendimento a Refugiados e Solicitantes de Refúgio.
Em 2014, padre Alex, da Paróquia de São João Batista, assistia ao noticiário sobre a guerra da Síria quando, comovido, pensou: “Acho que podemos acolher uma família de refugiados”. Telefonou, então, para a Cáritas e combinou de receber uma família de paquistaneses. Não demorou para receber outros pedidos da instituição e, assim, foi acolhendo, nestes quase três anos, mais de 100 refugiados.
“Atualmente, são 40 pessoas, sendo cinco mulheres e nove crianças, morando em nossa Casa de Refugiados”, conta padre Alex. São venezuelanos, cubanos, colombianos, paquistaneses, sírios, além de cidadãos de diversos outros países da África. A comunidade ajuda com doações – desde camas, colchões e alimentos a materiais de construção. “Graças a diversas contribuições de moradores do bairro, podemos oferecer aos refugiados café da manhã e almoço de segunda a segunda, enquanto eles aguardam pela documentação definitiva para poderem se instalar no país, o que pode demorar de três a seis meses”. Esse, aliás, é o prazo em que a igreja abriga essas pessoas, que, mesmo estabelecendo-se em outros bairros do Rio de Janeiro, continuam mantendo contato com o pároco.
A Casa de Refugiados é uma ampla casa de três pavimentos, situada no terreno da igreja. Ela já foi orfanato e uma creche cedida em comodato até que a paróquia a retomou.
Além do abrigo, os refugiados recebem outros tipos de auxílio. A Cáritas, por exemplo, fornece passagens para refugiados que queiram ter aulas de português gratuitas na instituição. Já o curso de inglês Brasas oferece bolsas de estudos.
Padre Alex faz questão de saber como anda cada refugiado que tenha passado por lá. “Eles me adicionam no Facebook e me dão notícias. Estou sempre querendo saber se estão bem, se conseguiram trabalho, moradia…” De vez em quando, a igreja faz uma festa e reúne todos eles. “O último encontro foi um almoço de Natal”, lembra padre Alex, que sonha fazer uma grande festa para comemorar cinco anos dessa importante obra social.
Colabore com os refugiados No momento, a Casa de Refugiados está precisando de materiais de limpeza, como água sanitária, desinfetantes, esponjas de aço, detergentes, esponjas e sacos de lixo de 100 kg.
As doações devem ser entregues na secretaria na igreja, que fica no nº 287 da rua Voluntários da Pátria, com destinação específica para os refugiados, já que a paróquia mantém outros projetos pastorais. A igreja também recebe doações de livros, CDs e DVDs em bom estado para que possam ser vendidos na secretaria com renda revertida para os refugiados.
Outra atual missão do padre Alex é encontrar empresários da comunidade para doar material de construção – como tinta e cimento – e pagar mão de obra para realizar serviços de manutenção na Casa dos Refugiados.
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